d
r
E
A
M
a que não promete
o que se queixa por ela não prometer
'Ela' e 'Ele'. Talvez juntos sejamos muito mais do que uma simples palavra. Talvez passemos de fantasmas a memórias vivas.
(2) Na Excepção - Sem Nomes
quinta-feira, 23 de abril de 2009 ( 21:59 )
Ali estava ela, totalmente desprotegida, quase a cair para um poço sem fundo. Na berma da barreira entre o real e o irreal.
Queria ajudá-la, parecia estar desfazer-se em bocados. De repente, como se de alguma maneira ouvisse as minhas preces, virou-se para trás e agarrou-me violentamente.
Toquei-lhe e descobri que estava certo, toda ela eram pedaços, cacos, restos da figura humana original.
Ela começou a chorar, depois gritou, abafei-lhe a canção com um abraço ainda mais forte. Prendia numa espécie de promessa silenciosa 'juro que não te vou largar'.
Queria desesperadamente dizer alguma coisa, curar as feridas que ela escondia, fazer cicatrizar a mágoa que lhe enchia o peito - mas não podia.
Tentei.
- Está tudo bem, eu vou proteger-te. Prometo que não me vou embora. - ela olhou para mim com o olhar mais doce do mundo e voltou a esconder-se nos meus braços encostada na muralha em que o meu peito se transformara.
As pessoas começaram a ir-se embora num passo arrastado numa espécie de tentativa frustrada de ilustrar uma dor que não sentiam, ou pelo menos uma que não os alcançava tão devastadoramente como a que ela estava a provar. Pouco a pouco fomos ficando cada vez mais sozinhos até que passado um bocado só nós os dois restávamos. Uma estátua firme de duas pessoas interligadas, de duas almas magoadas fundidas numa pedra humana, à espera que o tempo parasse ou voltasse atrás.
Não sabia quem ela era ou com o se chamava, mas podia garantir que a conhecia melhor do que muitos. Ao estarmos ali os dois agarrados, colados corpo a corpo, tudo o que ela sentia fundia-se para dentro de mim, as explosões a que ela resistia tentavam também destruir-me a mim.
Num impulso que nunca me tinha conhecido antes, agarrei a cabeça dela, puxei-a suavemente para cima e beijei as lágrimas que lhe inundavam o rosto.
- Quem és tu e o que é que me fizeste? Acabo de perder uma parte de mim e ganhar a minha outra metade. - disse-lhe.
Ela encarou-me, totalmente estupefacta, e os seus olhos foram ficando cada vez mais alertas à medida que a aproximava de mim.
Beijei-a. Foi um encontro de lábios doce, e conseguiu neutralizar a dor.
O meu coração - que julgava desaparecido - voltou a bater num ritmo desenfreado enquanto gritava exasperadamente "Olá".
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