d
r
E
A
M
a que não promete
o que se queixa por ela não prometer
'Ela' e 'Ele'. Talvez juntos sejamos muito mais do que uma simples palavra. Talvez passemos de fantasmas a memórias vivas.
Resposta (Continuação da Pergunta)
terça-feira, 21 de abril de 2009 ( 20:01 )
Tenho vivido perdida entre a imensidão das cidades e a ténue linha do horizonte. Tenho trilhado sozinha todos os carris que encontro, tenho passeado sozinha por mil e um céus de fantasias.
Agora cheguei ao fim da linha, não há por onde caminhar, não há mais caminho para desbravar. Cheguei finalmente ao meu destino, um cais vazio algures no Mundo, um cais de madeira velha - tão velha quanto as minhas memórias - e água. Não há nada para além do cais, tudo em volta se resume ao nada que sempre temi enfrentar. Tenho ultrapassado todos estes anos a fingir que ele não existe, que sou uma pessoa preenchida e cheia de vida, mas agora a mentira tornou-se impossível. O nada enfrenta-me com todas as suas tropas e eu estou demasiado cansada para esta nova batalha. Rendo-me então e enfrento a sua cruel existência. E, por isso ali está ele. A encarar-me com a sua omnipresência, a avisar-me que nunca esteve senão ali, a relembrar-me as mentiras em que tenho estado afogada completamente iludida pelos meus próprios sonhos.
Resolvo sentar-me no cais, já que aqui estou não vale de nada não aproveitar o silêncio - é tão raro e tão precioso. Sento-me no fundo do cais, no ponto que abraça o oceano, balanceio os pés de um lado para o outro e fico ali. Apenas ali, a fixar a fina barreira que separa o céu da terra, a imaginar as terras que existem do outro lado do tapete azul, a ouvir os risos inexistentes das multidões longiquas que vivem em mentiras parecidas com as em que eu vivia.
Pensando bem, estamos todos sozinhos. Andamos todos a percorrer caminhos que eventualmente nos conduzirão a um cais, ou a um terminal, ou a uma praia. Sorte têm os que voltam de lá ilesos carregando apenas umas rugas na cara e muita bagagem às costas.
Sinto-me no entanto sozinha, e estou realmente farta de estar sozinha. Não quero pensar muito, sei que não há nenhuma maneira de saír dali por terra por isso, atiro-me ao mar. Não mergulho de cabeça, isso seria demasiado ágil para mim, atiro-me de pé para fazer o máximo de espalhafato possivel - se ninguém está a ver posso agir como quiser. A água está realmente agradável, convidativa. Nado um pouco, sempre adorei nadar, sentir a água, perder-me nela, senti-la em mim.
Volto para o cais, sinto uma necessidade enorme de sentir um chão debaixo dos meus pés. Olho à minha volta e reparo que o nada permanece em posição de batalha, completamente pronto para a necessidade de investida. Sento-me de novo. Fecho os olhos e inclino-me para trás. Começo a ouvir uns ruídos quaisqueres. Olho e vejo-o. Pelo mesmo caminho que eu vim chegou mais uma alma perdida.
Sê bem-vindo. Afinal eu estava certa, nalgum ponto da nossa demanda, os nossos caminhos vão parar a um cais. Sorri, o nada tinha acabado de baixar as armas e eu soube que tinha ganho esta guerra sem derramar uma única gota de sangue.
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