d
r
E
A
M
a que não promete
o que se queixa por ela não prometer
'Ela' e 'Ele'. Talvez juntos sejamos muito mais do que uma simples palavra. Talvez passemos de fantasmas a memórias vivas.
(6) Um caso aparte - Algo a Perder
quinta-feira, 21 de maio de 2009 ( 22:15 )
A dor continuava a devorar-me com a sua maliciosa força e fatalidade.
Eram quê?... Meio-dia e eu sem conseguir dormir, e o tic-tac do relógio era de tal maneira atormentador que rapidamente me levantei ainda despedaçada e me sentei na cozinha onde o barulho dos desenhos animados era a única coisa que se ouvia.
De pequeno-almoço tomado, encostei-me no sofá. O meu corpo doía como se recentemente fosse vítima de um fortíssimo acidente de viação. Cabeça a minha.
Agora os meus pensamentos estavam mais claros, ainda incertos, mas definitivamente mais claros.
O rapaz existia, a única linha túrgida no meu pensamento era apenas o dito morto. Quem fora?
Quanto mais tentava lembrar-me do seu rosto ou do seu nome, mais contraída me sentia e prestes a desaparecer num buraco negro que me engolisse para o nada; o que estranhamente se aliviava quando esse momento era substituído pelo ‘impossível de imaginar’ beijo. Repentinamente, uma enorme vontade de o ver abraçou-me tão forte no desejo, como no medo.
A campainha tocou.
- Ora muito boa tarde menina. O seu pai está em casa? – o seu sorriso colado espantou-me, este que era preenchido diariamente por uma expressão deveras amarga.
- Não. Está a trabalhar, sabe? Há quem trabalhe. – A minha disposição era nula.
- Pois… - deu uma breve espreitadela para o interior da casa e sorriu novamente. Cada milésima de segundo que era preenchido pelo seu malicioso sorriso enojava-me de tal maneira que era capaz de lhe vomitar em cima. – A casa está em muito bom estado. – Não percebi. – Ainda bem… - suspirou e voltou o olhar para mim. Os seus olhos estavam carregados por um olhar profundo e velho e que apesar de distante, me transmitia uma sensação desconfortável. – Entrega isto a teu pai por favor, menina…?
- Assim o farei. – Fechei a porta e voltei para o sofá.
A carta estava aberta, que mal faria uma pequena olhada?
‘Venho por este meio comunicar, devido à triste morte de Hugh Fran, seu pai, que deixou bem claro na compra na casa que aquando da sua morte entregaria a sua habitação para pagar a dívida que ficara pendente ao Representante do Condomínio; que deve abandonar a casa até à próxima quarta-feira, levando apenas, e realço, apenas os seus bens pessoais. Toda a mobília e decoração que já se encontrava na casa, e toda aquela que for requerida pelo Condómino para completar o valor em falta, deverá ser mantida intacta na habitação.
Os meus pêsames pela morte de seu pai.
O Representante do Condomínio:
Ben Grant’
Outra boa notícia. Poderia piorar? Nem pensei mais nisso, para o caso de o maldito destino/sorte se decidir vingar do meu mau-olhado.
Fez-se luz. O corpo por quem no outro dia chorava, era a pessoa que sempre me apoiou e que nunca me julgou pelas minhas acções, abraçando-me sempre que precisava de sentir que existia, brincando sempre que se apercebia da minha frustração.
Telefonei ao meu pai, não aguentaria a espera, precisava de saber. Como se fosse possível ficar mais devastada, a minha mente lutava contra as fortalezas que protegiam o meu corpo, impedindo-a de fugir.
As conclusões chegaram.
Teríamos de ir viver com uns tios (típico) que viviam apenas, disse o meu pai, a cento e cinquenta quilómetros de distância dali, o que implicaria obviamente uma mudança radical de escola e de rotinas; e o prazo acabava numa semana.
Pensava eu que o meu stock de água lacrimal havia esgotado quando as últimas barragens que se haviam escapado do dia anterior, arrebentaram, sem forças para aguentar o forte rio que estava determinado em desaguar no grande e esperado oceano.
Corri, não me lembro bem se desliguei o telefone ou se sequer fechei a porta de casa, mas corri. Desci as escadas e fugi. Sabia perfeitamente que mais tarde iria voltar, não tinha escolha, mas o impulso no exacto momento foi mais forte do que eu. E uma vez porta fora, não havia volta a dar.
Novamente, como se soubesse exactamente como entrar em cena, ali estava ele, ao fundo, parado e sozinho na sua perfeição encantadora. Ainda diz que não tenho razão.
O Desejo obrigou-me a correr, o Medo fechou-me os olhos.
O Desejo levou-me mais longe.
E o Medo acalmou-me; significava que ainda tinha algo para perder.
~ E'le
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