d
r
E
A
M
a que não promete
o que se queixa por ela não prometer
'Ela' e 'Ele'. Talvez juntos sejamos muito mais do que uma simples palavra. Talvez passemos de fantasmas a memórias vivas.
(7) Um caso aparte - Se te lembras é porque te esqueceste outrora
sexta-feira, 22 de maio de 2009 ( 19:39 )
Fiquei parada durante bastante tempo, sentada a seu lado na sua cama de colcha azul escura.
Não me lembro de respirar nem sequer de pestanejar. É o que eu digo. Notícia boa atrás de notícia boa, e quanto mais tempo passava, ‘melhor’ ficavam elas.
Fixava fortemente as palavras-chave da carta que ele me mostrava, relendo as frases vezes sem conta a tentar detectar algum engano ou erro que provasse a fraude. Não senti sequer o meu coração bater, coisa que nos últimos dias acontecia frequentemente.
- Primos. – sussurrei finalmente. Um arrepio de imundice passou por mim desde a ponto dos dedos dos pés até passar pela garganta, provocando ardor, para acabar no topo na cabeça. Mas não passou disso. Após ter percorrido toda a minha espinha dorsal o sentimento e o desejo continuavam iguais. Fiquei frustrada e chateada comigo própria, não sentir nada para contrariar tal encesto. Como acontecera? Talvez com isto ele quisesse mostrar que não poderia haver nada entre nós e que a sua família, aliás, minha também, não iria aceitar, pois não temos nenhum filho em causa – o que seria bastante preocupante se o tivéssemos.
Não queria que ele fosse embora, nem queria eu ir embora.
- E como vamos ficar? – Determinei convictamente que não iria oferecer-me para continuar a nossa lastimável história, mas se ele assim o quisesse, não seria eu a negar.
- A casa é minha, podem perfeitamente ficar lá. Eu faço o que quiser com ela. – falou num tom perfeitamente adequado para a situação.
Ergui ligeiramente a cabeça, libertando o meu olhar das letras aterrorizadoras e reparei na sua expressão nervosa, como quando um acusado espera a sua sentença de culpado ou inocente.
- Eu estava a falar de nós. – As palavras saíam-me a custo. Eram palavras demasiado grandes que alargavam e arranhavam a garganta para poderem passar.
- Eu sei. – Lamentou-se baixando o olhar.
O barulho do meu coração a bater assustou-me, não estava habituada a ouvi-lo tão alto. Não conseguia perceber, quereria ele continuar com a imoralidade ou aceitar a triste revelação? Se quisesse continuar provavelmente não mostrava a carta, para que eu não soubesse de nada; mas por outro lado ele tinha de o fazer se quisesse que eu continuasse a viver perto dele, e não a cento e cinquenta quilómetros de distância.
O silêncio, maçador como sempre, continuava predominante.
- E então? – Eu estava ansiosa pela resposta. Parecia uma criança à espera do ‘sim’ para ir ao carrossel, mas sem mostrar por fora o que realmente queria. Na minha cabeça, o meu subconsciente gritava: ‘Diz que me amas! Diz que não vais deixar que isto despedace todo o pouco que houve entre nós. Por favor, diz!’
O meu puzzle mental de ideias ganhou uma peça mais, que antes não tinha sido montada por falta de raciocínio. Então era pelo meu avô – quer dizer, nosso – que ele estava no funeral.
- Que achas tu? – Odeio quando fazem isto. Eu à espera da final resposta, a que iria definitivamente mudar o meu ser de viver, e ele a perguntar a minha opinião; opinião essa que eu estava determinado a não a revelar até que percebesse que essas eram as suas intenções.
Não consegui dizer mais nada, ou melhor dizendo, não sabia o que responder.
Deitei-me no seu colo e fechei os olhos com força como se isso afasta-se a verdade que eu jurara para mim mesmo mentira.
- Posso pedir-te uma coisa? – pedi, esquivando-me à pergunta que não queria responder.
- Claro.
- Aconteça o que acontecer, jura que não me esquecerás!
Esquecer é lembrar com muita força.
~ E'le
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