d
r
E
A
M
a que não promete
o que se queixa por ela não prometer
'Ela' e 'Ele'. Talvez juntos sejamos muito mais do que uma simples palavra. Talvez passemos de fantasmas a memórias vivas.
(14) Na Excepção - Perdas de tempo acumuladas.
domingo, 5 de julho de 2009 ( 17:30 )
As coisas acontecem como têm de acontecer, quase sempre de uma forma surpreendente e imprevisivel. Tudo o que damos por garantido desaparece rapidamente, as aventuras em que nos decidimos arriscar revelam-se nada mais nada menos do que perdas de tempo e mesmo aquilo que nos faz sentir bem torna-se demasiado fácil para oferecer qualquer tipo de prazer ou gratificação.
Foi por isso que as minhas certezas em relação a Ela se esfumaram rapidamente, foi por isso que desapareceram de um momento para o outro e eu decidi desistir. Percebi que existem jogos demasiado arriscados e que por vezes a melhor jogada é sair do jogo e deixar o adversário ganhar. É mais seguro e pelo menos tenho a certeza de levar alguma coisa, pelo menos parte do meu trofeu inicial, para casa.
São cinco da tarde, a cadeira de esplanada está-me a magoar ligeiramente as costas e o mundo silenciou-se por uns instantes. As pessoas continuam atarefadas nas suas vidas dispersas e agitadas, o camionista continua chateado com o trânsito que o vai impedir de fazer a entrega da mercadoria a tempo, a cabeleireira continua-se a queixar da falta de clientela, o taxista não pára de tentar ludibriar os passageiros com o taxímetro viciado... o mundo não pára lá porque nós paramos. É nestes momentos que tenho a certeza que o mundo é um pacote completamente à parte daquele em que a minha realidade existe, é nestes momentos que percebo que uma pessoa a solo não conta para nada em comparação com os outros milhões que continuam a respirar stressadamente no seu dia-a-dia monótono.
Apetece-me um café mas tenho demasiado preguiça para levantar o braço e pedi-lo. Apetece-me provar o seu trago amargo, saboreá-lo, absorver aos poucos os seus vestígios relaxantes. Mas a preguiça impede-me, tenho demasiada preguiça de chamar a empregada simpática e acessível, de fingir uma boa disposição educada. Tenho preguiça de encarar o papel de pessoa satisfeita, não me apetece ter de mentir de novo.
Acredito que até a rapariga da caixa do super mercado merece a verdade e, por isso, quando vou às compras e estou mal disposto faço questão de comentar como o meu humor anda pouco agradável e de como às vezes perdemos o dinheiro que escondemos de baixo do colchão.
Ela não me sai da cabeça, estou perdido em amores por Ela, Ela arrebate-me a cada segundo que passa, o tempo não me deixa esquece-la e muito menos apagá-la de dentro de mim. É incomodativo mas grandioso sentir a capacidade humana de amar sem pedir nada em troca. É doloroso e gratificante, é uma perda de tempo.
Pego no telemóvel e leio a mensagem que acabei de receber, nos dias de hoje já não sou nada sem telemóvel - sinto-me perdido e isolado do mundo. "Camané, vai um cafézinho? 9 e 30 no BellaAzul. Aparece, idiota". Angelic e as suas intervenções idiotas que me animam sempre, nunca falham. Mesmo sem saber entra em cena nas alturas em que me esqueço das falas, nunca deixa que o espectáculo morra, nunca deixa que o público se aperceba das minhas falhas. Adoro-a por isso, é indispensável por existir.
Levanto-me, deixo uns trocos em cima da mesa para pagar o pouco ou nada que não cheguei a consumir, começo a caminhar torto pelo meio das árvores, a mergulhar no coração do parque pobre que chamamos de nosso nesta cidade. Não me apetece ir para casa e enfrentar mais um olhar cuidadoso mas, tenho de tomar banho, fingir-me feliz e por-me andar. Esta noite tenho uma missão a cumprir, o BellaAzul é e sempre será o desterro dos idiotas.
E, tal como Angelic referiu, eu incluo-me nessa grande e vasta categoria de pessoas simpáticas.
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